“Vamos desonrá-los, o que para nós é pior que levar um tiro”

Explica Alberto Melo, acrescentando que os agressores dos enfermeiros e polícia do Hospital de São João passarão a não ser convidados para casamentos e baptizados. Segundo Melo, isto de um cigano ser desonrado “é para ele pior do que levar um tiro”.
Ora para mim, que em frente a um cano de pistola não faria muitas contas ao peso da honra face à possibilidade de levar um tiro – mas que sei eu de honra, afinal? -, este julgamento intra-muralhas nada me diz. Bem pelo contrário.
Se, por um lado, louvo a pronta condenação do acto pelo representante da comunidade cigana, por outro, acho terrível o prospecto de uma acção destas poder ser alvo de uma “resolução interna”, a fazer crer que, se lei existe, esta não é para os cidadãos da etnia, e que tudo se resolve entre as famílias.
Se mais não é, é pelo menos uma machadada na lenta integração da comunidade no tecido social, a fazer apelo à justiça de ghetto.